O afastamento de Fábio Assunção

Prezados leitores, a revista Veja desta semana traz como matéria de capa o caso do ator Fábio Assunção, que precisou deixar as gravações da novela Negócio da China para se internar em uma clínica de reabilitação devido à dependência de cocaína. O ator de 37 anos conquistou uma ascenção brilhante na emissora, mas recentemente veio entrando em decadência devido ao consumo de drogas. Sua história se assemelha à de muitas outras celebridades como Elvis Presley, Kurt Cobain, Soctt Weiland, Marcello Antony, Cássia Eller e muitos outros cujas carreiras foram prejudicadas ou encerradas pelo mesmo motivo.








Kurt Cobain, ex-vocalista do Nirvana. Dependente de heroína, cometeu suicídio em 1994.

Recentemente o comentarista e ex-jogador de futebol Walter Casagrande concluiu um tratamento em regime de internação em uma clínica para dependentes químicos, devido aos prejuízos pessoais que vinha sofrendo ao longo de anos em consequência do vício em cocaína. No progama Altas Horas, exibido pela Rede Globo, Casagrande conta sobre sua dificuldade inicial em aceitar a internação e a luta para superar a doença. Confira abaixo:

Novo membro em nossa equipe

Meus caros leitores,

Com o objetivo de oferecer informação de qualidade e aumentar o leque de discussões do blog, convidei o Dr. Cristiano Fortes a participar como redator e contribuir com nossas discussões. Graduado pela Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais, é especialista em Dependência Química e Psicologia Médica.

Desde já agradeço ao Dr. Cristiano por aceitar o convite.

Dr. Johnson Campos

Olá a todos!

Criei este blog com a missão de não somente orientar e ajudar os familiares e parentes de pessoas dependentes de alguma droga - seja esta lícita ou não - mas também permitir que tenham uma visão crítica sobre a doença, o processo de adoecimento, seus desfechos, pesquisas na área, entre outros.

Assim, para iniciar nossas discussões, esclareço que a dependência química é uma doença, uma resultante de vários processos que culminam no uso de substâncias chamadas psicotrópicas, ou seja, que atuam no sistema nervoso central mudando a percepção da realidade e o comportamento de quem usa. Em um determinado momento o usuário destas substâncias se torna dependente e dificilmente consegue perceber esta nova situação ou não consegue cessar o uso sem ajuda (vale lembrar que existe uma parcela destes dependentes que consegue ter ciência de sua situação e consequentemente parar o uso de drogas).


O dependente químico aos poucos adota um padrão de comportamento que permite a busca e o uso frequente da sua droga (ou drogas) de escolha: ele abandona progressivamente o trabalho, a escola, o convívio social, os compromissos e as atividades quotidianas que antes lhe proporcionavam prazer. A mentira e a manipulação começam a fazer parte de sua rotina diária, as perdas financeiras começam a ficar evidentes, o círculo de amizades muda, o comportamento muda. Mesmo assim este processo de adoecimento pode ficar 'camuflado' por anos, até que os familiares percebam.

A família, a partir do momento que fica 'ciente' da real situação do dependente químico, pode adotar condutas - geralmente com as melhores intenções possíveis - que muitas vezes se mostram inadequadas e que acabam contribuindo para a piora da doença. Diante da inabilidade de lidar com o problema, a família também 'adoece' e então surge a figura do 'co-dependente', aquele indivíduo que adota atitudes que visam diminuir o sofrimento do dependente químico, mas que geralmente tendem a piorar o seu padrão de uso e suas recaídas...